sábado, 18 de abril de 2009

Respostas dos Exercícios - 3° Ano Cap. 18

CAPITULO 18 - HUMANIDADE E AMBIENTE - GUIA DE ESTUDO

1. O crescimento da população humana e o desenvolvimento industrial e tecnológico, implementados pelo progresso científico, têm exposto o planeta Terra a sérias ameaças: poluição, aumento da temperatura global, destruição da camada de ozônio, esgotamento de recursos naturais, extinção de espécies etc. Felizmente, nas últimas duas décadas, muitas pessoas têm percebido a necessidade de se empenhar em um uso mais racional dos recursos naturais, sob o risco de deixar aos nossos descendentes um mundo inabitável.

2. Todas as espécies exploram recursos do ambiente, causando algum tipo de "impacto" sobre seus estoques; a espécie humana não é exceção. O grande desafio da humanidade, neste século XXI, é modificar o antigo conceito desenvolvimentista de progresso. É necessário refletir sobre o impacto que cada um de nós causa sobre o ambiente, em termos dos recursos que utilizamos e da destinação do lixo que produzimos. Só assim poderemos suavizar nosso impacto sobre a natureza e garantir um local habitável para as gerações futuras.

3. Poluição é a presença concentrada de determinadas substâncias químicas ou agentes físicos no ambiente, em geral, subprodutos da atividade humana, os poluentes. Estes prejudicam a vida de uma ou mais espécies de organismos de um ambiente.

4. As atividades humanas, principalmente nas sociedades industrializadas modernas, geram diversos tipos de poluentes excrementos, urina, lixo, fumaça e resíduos industriais, gases do escapamento de veículos motorizados etc. Em Londres, no inverno de 1952, as condições climáticas não permitiram a dispersão dos poluentes liberados pêlos automóveis, pelas fábricas e pêlos sistemas de aquecimento das residências, o que causou efeitos dramáticos: mais de quatro mil pessoas morreram em poucos dias, em decorrência de problemas respiratórios causa dos pêlos poluentes que se concentraram na baixa atmosfera. Nos dois meses seguintes, mais oito mil pessoas morreram de enfermidades causadas pela poluição atmosférica.

5. O controle da poluição depende, fundamentalmente, do esclarecimento e da educação da população. Somente uma sociedade civil amplamente organizada será capaz de exercer uma fiscalização ambiental sistemática, exigindo a criação e principalmente o cumprimento de leis ecológicas eficientes.

6. As principais fontes geradoras da poluição atmosférica são os motores de veículos, as indústrias (siderurgias, fábricas de cimento e papel, refinarias etc), a incineração de lixo doméstico e as queimadas de campos e florestas. Essas liberam anualmente na atmosfera milhões de toneladas de gases tóxicos, como monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogénio e hidrocarbonetos, além de partículas que ficam em suspensão.

7. Um dos poluentes mais perigosos para os habitantes das grandes metrópoles é o monóxido de carbono (CO), um gás incolor, inodoro, um pouco mais leve do que o ar e muito tóxico. Esse gás é produzido durante a queima incompleta de moléculas orgânicas e sua maior fonte de emissão são os motores a combustão de veículos como automóveis, motocicletas, ônibus, caminhões etc. O monóxido de carbono tem a propriedade de se combinar irreversivelmente com a hemoglobina do sangue, inutilizando-a para o transporte de gás oxigénio. A exposição prolongada ao monóxido de carbono pode levar à perda de consciência e à morte; o indivíduo intoxicado por esse gás tem sintomas de asfixia, com aumento dos ritmos respiratório e cardíaco.

8. O dióxido de enxofre (S02), um gás tóxico proveniente da queima industrial de combustíveis como o carvão mineral e o óleo diesel, os quais contêm enxofre como impureza, assim como o dióxido de nitrogénio (N02), também liberado pela atividade industrial, reagem com vapor d'água na atmosfera, formando ácido sulfúrico e ácido nítrico, respectivamente. Esses compostos dissolvem-se na água das nuvens e precipitam com elas nas chamadas chuvas ácidas. Em certos países europeus, nos quais a produção de energia é baseada na queima de carvão e óleo diesel, as chuvas ácidas têm provocado grandes danos à vegetação, além de corroer construções e monumentos.

9. Nas cidades modernas há grande quantidade de partículas em suspensão no ar, produzidas principalmente pelo desgaste de pneus e freios de automóveis. Pastilhas de freio, por exemplo, liberam partículas de amianto, que podem causar doenças pulmonares e câncer. Outras grandes poluidoras são as siderúrgicas e as fábricas de cimento, estas últimas responsáveis pela liberação de partículas de sílica. A sílica, como o amianto, quando se encontra na forma de partículas em suspensão no ar, é a causa comprovada de diversas doenças pulmonares, tais como fibroses e enfisemas. A utilização do amianto já é proibida em vários países; no Brasil, onde é utilizado principalmente na fabricação de telas e de caixas d'água, sua proibição vem sendo discutida.

10. Normalmente, as camadas mais baixas da atmosfera são mais quentes, pelo fato de o ar absorver calor da superfície terrestre. Como o ar quente é menos denso, sua tendência é subir, carregando consigo os poluentes em suspensão. O ar quente que sobe é substituído por ar frio que desce, o qual, ao se aquecer, volta a subir. Esta corrente ascendente e descendente de ar, denominada convecção, é responsável pela dispersão dos poluentes atmosféricos que são continuamente produzidos em uma cidade. Nos meses de inverno, em consequência do resfriamento do solo, a camada de ar mais baixa pode se tornar mais fria do que a imediatamente acima dela: é a chamada inversão térmica. Com isso a convecção é interrompida e os poluentes, por deixarem de se dispersar para as camadas mais altas da atmosfera, aumentam em concentração na camada de ar "aprisionada" próxima da superfície. Nessas ocasiões ocorre grande aumento de casos de irritação das mucosas e problemas respiratórios nos habitantes dos grandes centros urbanos.

11. Parte da radiação solar que chega à Terra é refletida pelas nuvens e pela superfície terrestre, e parte é absorvida pela superfície e pela atmosfera. Parte dessa energia absorvida é, em seguida, reirradiada na forma de calor (radiação infravermelha), mantendo a superfície terrestre aquecida. Esse fenómeno é denominado efeito estufa. Os componentes atmosféricos responsáveis pelo efeito estufa são principalmente vapor d'água, gás carbónico, metano e dióxido de nitrogénio. O efeito estufa tem sido importante, desde a origem da vida na Terra, para manter a superfície terrestre aquecida, impedindo a perda rápida de calor para o espaço.

12. Muitos cientistas acreditam que, nos próximos anos, a temperatura média na superfície terrestre sofrerá elevação significativa devido ao aumento da concentração de certos gases na atmosfera, principalmente o gás carbónico (C02), o metano (CH4) e o dióxido de nitrogénio (N02). A quantidade de gás carbónico, um dos principais causadores do efeito estufa, vem aumentando significativamente na atmosfera desde a Revolução Industrial, quando a humanidade começou a empregar a queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) em larga escala para produzir energia. Com isso, a concentração de gás carbónico no ar passou, nestes últimos 100 anos, de 0,029% para quase 0,040% da composição atmosférica, o que corresponde a um aumento da ordem de 38%. Embora sem estimativas precisas, sabe-se que a quantidade de metano (CH4) presente na atmosfera também vem crescendo. Esse gás resulta da decomposição da matéria orgânica, e sua concentração na atmosfera aumenta proporcionalmente ao crescimento da população. Isso ocorre devido à maior produção de lixo e esgotos e ao aumento das áreas de terrenos alagados, onde se cultiva arroz e há grande decomposição de matéria orgânica. Outras fontes emissoras de metano são os rebanhos de gado bovino e caprino. Por serem ruminantes, esses animais fermentam o alimento em seus tubos digestórios, produzindo e eliminando por flatulência quantidades significativas de gás metano, que se incorpora à atmosfera e acentua o efeito estufa.

13. Alguns cientistas acreditam que, se os gases que provocam o efeito estufa continuarem a se acumular na atmosfera, devemos esperar uma elevação de até 4 °C na temperatura média mundial, nos próximos 50 anos. Um aumento dessa ordem provocaria grandes mudanças no clima da Terra, com efeitos catastróficos. Nas regiões tropicais, ocorreriam tempestades torrenciais; nas regiões temperadas, o clima poderia se tornar mais quente e mais seco; nas regiões polares, parte do gelo poderia derreter (o que parece já estar acontecendo), com elevação do nível dos mares e inundação de cidades litorâneas e planícies. Uma inundação da Amazónia, com submersão da floresta, levaria à formação de uma imensa bacia de decomposição, o que produziria mais metano, acentuando ainda mais o efeito estufa.

14. O Protocolo de Kioto tem sido considerado o mais importante mecanismo para reverter os danos provocados pelo aquecimento global. Neste documento, estão orientações para que os governos possam colaborar, garantindo um planeta saudável para as futuras gerações. Trata-se de um compromisso acertado, em 1997, na cidade de Kioto, no Japão, em que os países industrializados reduziriam, até o período entre 2008 e 2012, suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Com isso se obteria uma reversão da tendência histórica de crescimento das emissões iniciadas nesses países há cerca de 150 anos como resultado da Revolução Industrial.

15. Apesar de a presença de ozônio ser benéfica nas altas camadas atmosféricas, quando se forma em baixa altitude esse gás é poluente, causando irritação nos olhos e problemas respiratórios. Nas grandes cidades, os poluentes liberados pêlos veículos motorizados potencializam a reação de formação de ozônio na atmosfera junto ao solo. Nos meses de inverno, o problema é agravado pela ocorrência de inversões térmicas, como já foi mencionado

16. A forma comum (e antiga) de poluir as águas é o lançamento de dejetos humanos e de animais domésticos nos nos, lagos e mares. Por serem constituídos de matéria orgânica, esses dejetos aumentam a guantidade de nutrientes disponíveis no ambiente, fenómeno denominado eutroficação (do grego eu, bem, bom, e trofos, nutrição). A eutroficação geralmente leva à grande multiplicação de bactérias aeróbías (isto é, que utilizam gás oxigénio em sua respiração), o gue acaba por consumir rapidamente todo o gás oxigénio existente na água. Como consequência, a maioria das formas de vida morre, inclusive as próprias bactérias.

17. Em alguns casos, a eutroficação pode levar à grande proliferação de dinoflagelados (protistas fotossintetizantes), causando o fenómeno conhecido como maré vermelha, devido à coloração que os dinoflagelados conferem à água. As marés vermelhas causam a morte de milhares de peixes, principalmente porque os dinoflagelados competem com eles pelo gás oxigénio, além de liberarem substâncias tóxicas na água.

18. Em determinados ecossistemas, um poluente é absorvido pêlos produtores e consumidores primários, passando para os consumidores secundários, e assim por diante. Como cada organismo de um nível trófico superior geralmente come diversos organismos do nível inferior, o poluente tende a se concentrar nos níveis tróficos superiores.

19. Urna solução para o problema do lixo é sua reciclagem, isto é, seu reaproveitamento. Entretanto, para que se possa reciclar o lixo, é fundamental separar os diversos tipos, processo conhecido como triagem do lixo. Latas, por exemplo, podem ter seu metal reaproveitado; plásticos e papel podem também ser reciclados. A parte orgânica do lixo, uma vez separada, pode ser degradada por microrganismos em tanques chamados biodigestores. Com a biodigestão, forma-se o metano (CH4), também chamado gás natural, que pode ser aproveitado como combustível residencial, industrial ou em veículos motorizados. Os resíduos sólidos da biodigestão podem ser utilizados como fertilizante do solo.

20. A reciclagem é ainda muito cara, sendo mais fácil e barato usar matéria-prima virgem que matérias recicladas. Nesse cálculo, no entanto, não está sendo levada em conta a degradação ambiental, que pode vir a ter um custo altíssimo para as futuras gerações. No futuro, porém, com a escassez das matérias-pri-mas e o avanço das tecnologias de reciclagem, o reaproveitamento do lixo deverá ser superior a 50%. É cada vez mais urgente educar a população acerca do problema do lixo. Mais cedo ou mais tarde o poder público e a população terão de conjugar esforços para resolvê-lo não só por meio da reciclagem, mas também por meio da educação e de campanhas para estimular as pessoas a desperdiçar menos, produzindo assim menor quantidade de lixo.

21. Ambos os processos interferem em comunidades equilibradas e coloca em risco toda a intrincada trama de relações, que levou centenas ou milhares de anos para se estabelecer.

22. Os desmatamentos indiscriminados, além de levar comunidades e espécies à extinção, têm outras graves consequências: a erosão e o empobrecimento do solo. A erosão é causada principalmente pelas chuvas e pelo vento. Sem a proteção da cobertura vegetal, as camadas férteis do solo podem ser carregadas e os minerais podem ser levados pelas chuvas, gue se torna pobre e acidentado.

23. A energia hidrelétrica é produzida pela passagem de água por turbinas, gue geram energia elétríca. Embora seja uma das formas menos poluente de se obter energia, a produção de energia hidrelétrica não deixa de causar impacto negativo sobre o ambiente, pois é necessário desviar cursos de rios e alagar regiões para construir as usinas hidrelétricas, o que pode provocar alterações no clima e levar ao desaparecimento comunidades que habitam a região alagada.

24. A energia nuclear é obtida pelo emprego de substâncias denominadas "combustíveis nucleares", cujos núcleos atómicos são desintegrados nos chamados reatores de fissão nuclear, que compõem as usinas nucleares. Esse tipo de tecnologia para produzir energia tem se mostrado perigoso: diversos acidentes já ocorreram e não se sabe o que fazer com o "lixo radioativo", extremamente perigoso, produzido pelas usinas nucleares. Esses riscos têm levado inúmeros países a deixar de investir nesse tipo de alternativa energética.

25. A produção de combustíveis renováveis, como o álcool etílico (etanol), o biodiesel e o gás natural (metano) constituem alternativas viáveis para suprir parte da demanda energética. O Brasil foi o primeiro país a utilizar em larga escala o etanol, obtido da fermentação da cana-de-açúcar, como combustível de automóveis; atualmente incentiva-se o uso do biodiesel, extraído principalmente do dendê e da mamona, como substituto do diesel obtido do petróleo. Uma das alternativas energéticas ainda em desenvolvimento é o aproveitamento de energia solar, que pode ser transformada em energia elétrica e acumulada, ou mesmo ser usada diretamente no aquecimento de água. Ainda em fase de estudos, a energia solar e a energia eólica (energia dos ventos) podem ser promissoras em certas regiões, em médio prazo.

0 comentários:

BlogBlogs

 
Powered by Blogger