quinta-feira, 11 de junho de 2009

Disfunção erétil tem causas físicas e psicológicas

.A disfunção erétil é classificada como uma incapacidade recorrente no homem em ter ou manter uma ereção do pênis em uma relação sexual. Pode ter causas psicológicas --mais comuns entre os jovens-- ou físicas. Médicos indicam que quase a totalidade dos homens vai sofrer do problema na vida, desde que vivam o suficiente para isso.
Para o urologista Joaquim Claro, impotência deve ser tratada como doença grave, dado o impacto gerado nas relações sociaisQuando a causa é psicológica, em razão de aspectos como ansiedade do homem em relação ao ato sexual, em geral é recomendado que ele procure ajuda de um terapeuta especialista. "É comum que haja uma ansiedade de performance: o rapaz têm pouca experiência, medo de falhar, há uma questão psicológica", afirma João Fittipaldi, diretor médico da Pfizer. Abaixo dos 40 anos de idade, esse é um fator preponderante.

Tim Wimborne/Reuters
Para o urologista Joaquim Claro, impotência deve ser tratada como doença grave, dado o impacto gerado nas relações sociais
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Quando a causa é física, a disfunção erétil é principalmente causada por problemas no endotélio, o revestimento interno das artérias do nosso corpo. Ao receberem mensagens do cérebro, as células do endotélio das artérias do pênis liberam, entre outras substâncias, o óxido nítrico, responsável por facilitar o relaxamento da musculatura dos corpos cavernosos do pênis.
Com a musculatura relaxada, os vasos sangüíneos se dilatam e os corpos cavernosos se enchem de sangue, gerando a ereção. De acordo com Joaquim de Almeida Claro, professor de urologia da Clínica Urológica da USP (Universidade de São Paulo), doenças como diabetes e hipertensão podem danificar o endotélio, prejudicando a liberação do óxido nítrico.
Além disso, com o decorrer da idade, as fibras do músculo cavernoso perdem qualidade, impedindo que o homem tenha uma ereção adequada.
Ação
Remédios como o Viagra e o Cialis atuam para suprir justamente essa carência de óxido nítrico no pênis. Eles promovem o aumento das concentrações da substância e o relaxamento das células musculares do tecido cavernoso, condição necessária para obtenção da ereção.
De acordo com Claro, esse tipo de remédio funciona para algo em torno de 60% a 70% dos homens afetados pelo problema. A Pfizer diz que o Viagra é eficiente em 75% dos casos.
Gilvan Neiva Fonseca, urologista da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, afirma que, em termos gerais, os pacientes que tomam esse tipo de remédio podem apresentar dores de cabeça, calor no rosto, "queimação" no estômago, dores musculares e rubor facial. No entanto, pesquisas citadas por Fonseca mostram que os casos de reações indevidas às drogas são observadas em no máximo 15% dos pacientes.
Pacientes que usam remédios à base de nitrato --como os utilizados por pessoas que tiveram infarto ou angina-- não devem tomar medicamentos para disfunção erétil. A interação entre as substâncias pode gerar complicações graves.
Opções
Para ocorrências mais difíceis, como pacientes que passaram por cirurgia de próstata ou casos graves de diabetes, o índice de eficácia das pílulas é de 30% a 40%. Nesses casos, os homens podem recorrer a tratamentos como injeções auto-aplicáveis no pênis, que estimulam a ereção automaticamente, sem necessidade de estímulo sexual --no caso das pílulas, a ação ocorre após estimulação.
Há também a opção de cirurgias para colocação de próteses, colocadas no músculo cavernoso. No caso das semi-rígidas, o homem permanece com cerca de 80% da ereção e ajusta a posição da prótese com as mãos.
Há também as infláveis, que podem ser enchidas por meio de uma espécie de bomba colocada próxima aos testículos. "Essa é mais próxima do fisiológico. Dá para colocar sunga, fazer natação, sauna e tomar banho na frente dos amigos", afirma o urologista da USP.
Tratamento
De qualquer forma, o médico afirma que o importante é o homem saber que sempre há um tratamento para a impotência. Para ele, o problema tem de ser tratado como uma doença grave, dadas as implicações sociais e psicológicas. "O impacto é comparável ao do câncer, piora a qualidade de vida, o indivíduo pensa em suicídio. A vantagem é que há tratamento", afirma.
"Os homens são 100% passíveis de enfrentarem esse problema. É algo da própria idade, quanto mais velho o homem, mais possibilidade ele têm de apresentarem disfunção erétil. Como a população está vivendo mais, o problema deve ser mais recorrente", diz Claro.
Segundo ele, entre 48% e 52% dos homens de 40 a 70 anos têm atualmente problemas de disfunção erétil. "A maioria [dos casos] é decorrente da idade", diz. Entretanto, ele afirma que está crescendo o número de jovens afetados pelo problema.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u394916.shtml

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